Um Moinho*
(André Anlub - 3/8/10)
A travessia é dura,
Dias de chuva - noites de frio
Dias bem quentes - noites sombrias.
Nesse caminho confuso,
Nessa estrada sem placas;
Entre o reto e o obtuso
Todos afogam suas mágoas.
Com a bota furada,
Pisando em barro ou em pedra,
Pronto em pé ou na queda,
Tiro o melhor na caminhada.
Se encontro uma rocha grande:
- serve para descansar
Se encontro um mar:
- sou filho de navegante.
Se a fome quiser ser minha sombra:
- como um pedaço de pão
E se não saciá-la:
- posso matar um leão.
Tudo posso e tenho
Se a força não me faltar...
Como um moinho de água,
Que mesmo se o poço secar,
Usa o vento pra roda...
Nunca parar de girar.
(*Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de
Moçambique, Portugal e Brasil, ficando entre os 46 primeiros
e assim participando do livro Controversos.)
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